quinta-feira, 19 de março de 2009

MINHAS SENHAS



Hoje não vou poder fazer nada, pois esqueci as minhas senhas. Ficarei aqui esperando minha memória volta e ai sim viverei de novo, afinal não da pra viver sem as minhas senhas.

Talvez eu saia na rua, faça caminhada, mas não passarei no banco para sacar o meu dinheiro, afinal esqueci as minhas senhas.

Nesse trajeto passarei pela dona Alzira que estará sentada em frente a sua casa e ira dizer: Em plena sexta-feira e você de folga. “Direi a ela, não vou trabalha hoje, pois esqueci as minhas senhas”.

Talvez um amigo me grite na rua e me chame para almoçar, direi: “Não posso ir com você, pois esqueci as minhas senhas”. Ele não entenderá nada, até por que ele não sabe que o meu cartão lanche e de senha. E eu esqueci as minhas senhas.

“Será que é 93,não é 75,mas 75 e o final ou o início e 93". Sei que muitas pessoas vão pensar que estou ficando doido por fala sozinho na rua, mas o que eles não sabem e que esqueci as minhas senhas.

Certamente depois de tudo isso, voltarei para minha casa com o sentimento de esta o “pelado”, pois não lembrei as minhas senhas.

Tomarei um banho na intenção de lembrá-las, enquanto a água cai sobre minha cabeça. Depois sentarei enfrente meu computador para mandar um e-mail para meu patrão a fim de justificar minha ausência na empresa, mas não vou conseguir, pois esqueci as minhas senhas.

A intenção seria de escrever assim: “Caro supervisor não vou comparecer a empresa hoje, pois esqueci a senha do meu perfil, do Ronda, Stc, Peregrine, Cms e da impressora, devido a este acontecimento você ira concordar que seria impossível trabalha hoje.”

Ainda enfrente do computador ficaria imunizado já que esqueci a senha do Orkut, Facebook, MSN e do meu cartão de débito que sempre uso para fazer compras na internet.

Às vezes me pergunto por que não existe uma senha da memória humana, se isso fosse possível, anotá-la-ia em um papel e guardaria em baixo de meu colchão para que ninguém tivesse acesso e a próxima vez que eu tivesse um ataque de stress e esquecesse, era só pegar minha senha da memória assim lembraria tudo.

Hoje não estou preocupado com as guerras, com a crise financeira e nem com a vitória de Barack Obama (que sinto grande admiração), pois o que me importa são minhas senhas.

Quantas e tantas pessoas já não sofreram estar dor de não viver por ter esquecido as senhas? Uma senha e um pedaço de você, todas são uma vida.

Então depois de pensar muito voltaria para minha cama, e ficaria onde estou vegetando na esperança de voltar a viver na segunda-feira quando pretendo já ter lembrado as minhas senhas.



Islano Lima



(Fiz esta crônica no primeiro 1° período do curso de Jornalismo)

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